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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O QUE FEZ A RELIGIÃO?

Em algum momento do percurso da história da humanidade, o homem se viu apavorado e frágil diante do mundo ao seu redor, bem como diante de tudo aquilo que não podia ter entendimento. Em busca de sua essência e felicidade, a mente humana criou muitos artifícios de interpretação do mundo e seus fenômenos. Entre eles podemos citar os mitos dos antigos e os oráculos gregos. Desde aquele tempo, houve quem tomasse à frente a tarefa de "manifestar a verdade", sob usufruto da superioridade que tinha, ou dizia ter, mas que, por ignorância da maioria, era simplesmente acatada, sem nenhum questionamento. No caso, a verdade era manipulada pelos sacerdotes que interpretavam as mensagens dos "Espíritos Superiores". Foi, provavelmente nesse período, no qual o desconhecido provocava tamanho pavor, que o homem ergueu "divindades" para si, e a elas dedicaram  práticas exclusivas, que hipoteticamente, agradavam ou acalmavam a ira desses "deuses", circunstâncias  pelas quais o bem ou mal  sobreviriam ao povo. Esses ritos foram, então, passando de pai para filho, mas também, sofreram muitas modificações ao longo do tempo, devido às interações dos povos e a movimentação da cultura, dos costumes e da moral. Entretanto, os elementos básicos de sua fundação e manutenção não se perderam e estão presentes até os dias atuais: poder e domínio (da parte de alguns poucos homens), temor e adoração (da parte dos demais). O curioso é que disso derivam as religiões do mundo, e todas elas promovem, ou dizem promover a elevação ética e espiritual do homem, mas aí vem a pergunta: Por que a religião não tem alcançado seu suposto objetivo?  Não quer ou não pode? Bom, desde os tempos mais remotos, o doutrinamento religioso promove mesmo é muita intolerância àqueles que não estejam engajados e ajustados às suas convicções, o resultado disso são guerras incessantes e muitíssimas mortes. Exemplos é o que não faltam na história: a Santa Inquisição, As Cruzadas,  O Holocausto, A Guerra dos 30 Anos, o terror do Oriente Médio, etc. Será que não vemos que cada uma dessas linhas de pensamento doutrinário intenta monopolizar a Verdade? Talvez tenha sido isso que fez o filósofo britânico, Bertrand Russell, dizer que a religião é como uma doença proveniente do medo e propensa a entristecer a raça humana. Dados esses "grandes feitos" da religião, podemos concluir, por exemplo, que o Cristo histórico não foi o idealizador do cristianisno, uma vez que seus ensinamentos e seu viver inspiravam a libertação do homem em todos os sentidos e sobretudo, o amor ao próximo.  Longe de ser um modelo para a formação do homem íntegro, essa ou qualquer outra religião institucional resume-se em um negócio que pretende revelar com perfeição uma verdade imutável e absoluta, para todos os povos, de todas as épocas, impedindo necessariamente que a humanidade progrida na esfera moral e intelectual, pois acorrenta o homem à , que nas palavras de Kant, é sempre estatutária, isto é, limitada a um povo, e por isso não pode ser considerada como essencial para o serviço de deus, nem ser condição suprema para agradá-lo; constitui-se portanto, em um falso culto, uma falsa adoração a deus. Este mesmo, que nos deu as ferramentas necessárias para o autoconhecimento. Até quando vamos renunciar esse direito e cedê-lo à religião? que, pelo visto, não passa  de uma invenção humana, com potencial efeito negativo sobre a própria humanidade - sim, mais um instrumento de dominação. Agostinho já sabia que a sincera busca pela Verdade não estava no pertencimento a esta ou aquela "facção religiosa" mas numa ânsia de encontrar autonomamente sua própria essência como fagulha divina.