segunda-feira, 22 de abril de 2013

UM AUTÊNTICO QUALQUER

Não sou dileto de convencionalismos. Passo longe. Mas isso não é motivo pra vaidade. Eu não teria problema nenhum, se por acaso, a minha vida, inventada por mim, fosse consoante às convenções sociais. Isso porque aquilo que a gente cria naturalmente, bem pode já existir. O importante é ser feliz com que se gosta, o que se faz e o que procura - já disse algum filósofo com palavras mais rebuscadas. E eu concordo: essa fobia de se ver afinado com alguns padrões sociais, e fugir deles o tempo todo, marcando oposição, é receita para te jogar sempre no extremo, quero dizer, na extremidade de si mesmo; 'escantear-se'. 
Outro dia, um colega de trabalho me perguntou-afirmando se eu era 'do contra'. Achei engraçado! E lhe respondi: não sou do contra, nunca fui. Isto é o que sou. Não busco e nem me esforço para ser diferente. Simplesmente sou. O que vê é resultado de minhas inclinações pessoais. Ora, se a sociedade, de repente, aderisse às minhas preferências, então, elas é que seriam convenções, não é mesmo?! Nesse caso, deveria eu abdicar de meus gostos para não ser 'igual'? Óbvio que não. Isso chega a ser paranoico!
A busca pelo diferencial não me atrai. Penso que deve provocar um desgaste grande e desnecessário. Sabe aquela frase de ordem que diz "Faça a diferença"?, acho uma absoluta bobagem, uma hipocrisia, coisa de crente bobo. Não me interessa estar na vanguarda das ações do mundo, tampouco me opor ao fluxo social. Quero apenas ir sendo e vivendo no meu próprio tom e ritmo.

3 comentários:

  1. Muito bom, gostei de título. As vezes a gente percorre um caminho um bom tempo que parece contraditório ao fluxo social. Nem é por nossa culpa. Para mim é que o ser está procurando pelo próprio ser. No final, quando ele encontra a sí próprio, se vê refletido em tudo e todos. Não há mais diferença nem separação, criando assim harmonia na relação com as pessoas e mundo.

    Para mim tudo é manifestação da criação, assumindo suas infinitas formas possíveis, na aparência polarizando-se como negativo ou positivo, bem e mal, mas na essência imutável e eterna. E fazemos parte disto.

    Imaginei uma cena estranha agora. Imaginei um assassino me matando, e no último instante de vida nossos olhos se encontram. Há uma compreensão mútua e muda. Um sorriso leve se forma nos lábios de ambos e eu suspiro minhas últimas palavras: "obrigado, até breve."

    Não que eu acredite em reencarnação ou estas coisas mas penso que aquilo que é criação vai retornar infinitamente, sobre outras formas e manifestações. O papel que o assassino desempenha, não é melhor nem pior que o do assassinado. O que pode morrer, sempre vai morrer. Mas aquilo que não pode morrer, ninguém pode matar.

    Desculpe se divergi um pouco no comentário Carlão. Só participando. É que sua reflexão me remeteu a outras. E acho isto bom. Por isto acho que devia escrever sempre e mais. Quero mais coisas autênticas de você.

    ResponderExcluir
  2. Obgd, amigo. Ler seus comments é sempre um prazer, distanciando-se ou não daquilo q propus. Acho q todos os temas se complementam no ser humano, pois somos todos feitos da msm matéria. A cena que vc contou\imaginou é de certo modo aterradora..rs.

    ResponderExcluir
  3. Abraço Carlão querido. A cena é aterradora para o eu que não quer morrer. Não que possamos nos livrar desta percepção. Mas estes extremos de perceber são necessários para quem tem interesse em se livrar da limitação da identificação com a imagem construída do eu.

    ResponderExcluir

Insira seu comentário aqui